Não é de hoje que nos deparamos com pessoas em nosso cotidiano que, fazendo parte de nosso círculo de amizades e relacionamentos ou não, são sempre reconhecidas pelo mau humor. São aquelas pessoas frequentemente bravas e pessimistas, que não conseguem se sentir satisfeitas com suas vidas e, principalmente, estão sempre reclamando. Durante muitos anos pessoas cronicamente mau humoradas foram vistas apenas como “realistas”, ou seja, como se estas características fizessem parte de sua personalidade. No entanto, você sabia que mau humor crônico pode ser um sinal de doença?
Todos temos dias e situações em que podemos ficar mau humorados, tais como: após uma noite mal dormida, quando estamos com fome ou muito cansados, ou então, vivenciando situações de conflito em família ou trabalho, ou seja, a lista é grande e, a intensidade do mau humor, vai depender das habilidades de cada pessoa em lidar com conflitos e adversidades no decorrer da vida.
Entretanto, existe uma linha nem sempre tão clara que divide o indivíduo mau humorado de alguém que, sem saber, desenvolveu uma doença. O nome desse transtorno é Distimia, ou então, a “Doença do Mau Humor”.
A distimia é uma forma de depressão crônica que atinge aproximadamente 5% da população e, seja pela desinformação ou preconceito, nem sempre é diagnosticada e tratada.
Temos alguns sinais que sugerem que uma pessoa possa ser distímica. Normalmente apresentam um humor deprimido na maior parte do dia (muitas vezes identificados pelos familiares) por um período de no mínimo 2 anos. Pessoas cronicamente deprimidas também podem apresentar: alterações do apetite (diminuição ou alimentação em excesso), insônia ou hipersonia, baixa energia para as atividades e baixa auto estima. É importante salientar que crianças e adolescentes também podem desenvolver esse transtorno.
As consequências de não se identificar e tratar precocemente a distimia podem ser sérias e comprometer de forma importante a vida de uma pessoa. Normalmente os primeiros sintomas da distimia são identificados na adolescência e início da vida adulta, um período de extrema importância, tendo em vista, que nessa fase iniciam-se os relacionamentos afetivos e o início da vida profissional.
Estudos sugerem que distímicos “acumulam” sintomas no decorrer dos anos e estão associados a maiores taxas de tentativa de suicídio, abuso de álcool e drogas, de hospitalizações e transtornos sociais, psíquicos e profissionais.
O diagnóstico e tratamento desse transtorno é feito por profissionais de saúde mental (psiquiatra e psicólogo) e quanto antes identificada e tratada menores serão as suas consequências nocivas.
Enfim, se você se identificou com o artigo, ou então, conhece alguém que se identifica, supere o preconceito e procure ajuda. Quanto mais precoce for o tratamento, melhor e mais rápido será a superação da doença.