RAP: “Outro parâmetro, sentir o que o outro sente”, diz FK NO MIC

FRANK RAP

Compositor tem 11 músicas lançadas e prepara novidades para 2023

 

Frank Willian do Carmo, conhecido artisticamente como FK NO MIC, tem 28 anos, mas sua relação com o rap vem desde criança. A diferença é que nessa época, ele não gostava muito de mostrar o que escrevia para amigos e familiares. Sim, o lençoense escreve letras de rap e já tem bom material gravado com amigos. “Mixtape O Interior Também Sofre Vol.1 ” é um deles, mas novidades estão chegando em 2023, como o volume 2 do “O Interior Também Sofre”, entre outros projetos.

FK NO MIC conta que apesar de sempre gostar de escrever, foi em 2020, enfrentando uma doença séria, que o acompanha, e ainda a depressão e muito estresse, que sentiu que a vida fazia mais sentido por meio das rimas.  “E convenci meus amigos, e hoje quase dois anos depois continuo conseguindo unir as pessoas, seja para a carreira solo, seja com grupo, como o “Flagras” que hoje não faço mais parte, mas continua seguindo, como o “D.S.C” (Desperte Sua Consciência), uma dupla formada com Fomé DSC”, conta.

O compositor garante que as músicas ganharam ainda mais espaço em um momento difícil de sua vida, mas ele entendeu que eram para o seu bem. “Compor para mim, não tem como explicar. Não sei de onde vem a inspiração. Apenas chega e eu escrevo. Mas, sei que tudo começou como forma de alívio, eu precisava me reinventar de alguma forma, e foi o rap que me abraçou e eu pude fazer bem, e continuo na luta”, afirma.

Ele diz que suas letras são um rap de mensagem, consciente. Então, às vezes, algumas palavras usadas podem parecer pesadas, mas a ideia é a mensagem. “Sem incentivar drogas, prostituição, combatendo preconceitos e racismo”, conta.

Para falar tudo o que pensa e continuar passando seu recado, com base no que foi, mas também pelo que está à frente, FK NO MIC continua usando a mixtape. “Minha inspiração maior é a indignação, o que ficou para trás, a falta de respeito das pessoas comigo. Chegou um momento que percebi que poderia me politizar e ser a minha voz e das outras pessoas. O rap para mim é vida, remédio para almas perturbadas. Ele transcende o corpo”, assegura.

FK só lamenta o estilo ter se esvaziado em termos de representatividades, ao menos em Lençóis Paulista. “Só lamento que hoje não tenha mais a ideia de união, mas continua sendo um patrimônio cultural. Sem ele, muitas pessoas não teriam conhecido as mensagens contra o racismo, homofobia e tantos outros preconceitos. O rap faz a gente enxergar as coisas de outro modo, nos dá um outro parâmetro, sentir o que o outro está sentindo, por isso podemos falar a respeito”, ensina o compositor.

Depois de 11 músicas lançadas, em parcerias e por meio de vários projetos, as novidades para 2023 estão em andamento e prontas para se concretizarem, garante.