Por Tânia Morbi
Para ir ao mercado ou participar de eventos, caminhada ajuda no ideal de manter-se jovem, apesar da idade
Quem vê Atílio Antônio dos Santos andando pelas ruas de Lençóis Paulista ou dedica um tempinho para uma boa conversa não imagina que no último dia 13 de janeiro ele completou 89 anos. Disposição, lucidez e amor pela vida sobram para o ‘jovem idoso’, que há cerca de quatro anos vem praticando caminhadas como forma de se divertir, fazer novos amigos e manter a saúde, e com isso, acumulado medalhas e troféus pelo desempenho nos eventos que participa.
Atílio nasceu em Ivaiporã, no Paraná, sendo o segundo de 11 irmãos, que enfrentaram as durezas da vida na roça e passaram por muitos desafios, que devem estar nas suas memórias que ele já começou a escrever. Do casamento de quase 60 anos com Antônia, que faleceu em 2019, nasceram André, Andreia, Adicéia e Admilson, e depois oito netos e dois bisnetos.
Desde que se tornou viúvo, o montador industrial aposentado deixou o Paraná e passou a se dividir entre Jundiaí e Lençóis Paulista, onde residem as filhas. Se fixou de vez aqui, há cerca de três anos, após ‘ficar preso’ na cidade, pela pandemia.
Sempre ativo, desde a juventude na época do futebol, e caminhando cerca três quilômetros diariamente para cumprir as tarefas da casa – como ir ao supermercado – começou a participar de eventos de competição de corrida que incluíam as caminhadas na programação.
Foram quatro em Lençóis e Macatuba, até agora. Mas, Seo Atílio não pretende parar. “Eu me sinto flutuando. Jovem mesmo. Me deito e me levanto sem dores. Vejo muitas pessoas com menos idade reclamando e fico aborrecido com essa atitude”, comentou.
Para tanto, conta com o apoio e incentivo da filha Adicéia, que há seis anos participa das competições de corrida até cinco quilômetros. “O mais gostoso de participar das caminhadas é que no dia seguinte não sinto nada, nenhuma dor. Fico impressionado comigo mesmo”, comemora Atílio. Adicéia garante que o pai é um exemplo em todos os eventos que participa.
Além das caminhadas, Atílio é assíduo frequentador da hidroginástica em um clube da cidade. Mais do que a atividade física, os fortes laços de amizade feitos em tão pouco tempo são fundamentais para manter a saúde física, mental e psicológica. De acordo com o aposentado, todos se divertem muito, enquanto fazem exercícios.
O ‘jovem idoso’ também acumula aventuras que sua condição física e psicológica proporciona, como quando voltava de uma viagem à Itália, depois de uma visita ao filho, e fez uma ponte aérea em Paris, em um dos maiores e mais movimentados aeroportos do mundo. Era a época da pandemia, e ele teve que fazer a conexão sozinho, sem entender o idioma local. “Fui o primeiro a sentar no avião”, comemora.
A sua boa condição, segundo ele, também é resultado do que a profissão proporcionou, que foi viajar por todo Brasil. Mas, Atílio tem uma receita que o ajuda a se sentir bem e manter saudável. “É preciso viver a vida e se sentir jovem, não se entregar porque ficou velho”, ensina.