Um dos mercados que mais cresce no Brasil é o mercado de games. O número de brasileiros que fazem uso de jogos eletrônicos já atingiu a marca de 74,5 % da população. Temos uma parcela importante da população que faz uso diariamente de celulares, videogames e computadores para jogar.
No entanto, segundo o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), um em cada quatro adolescentes brasileiros faz uso excessivo de games. Quando o uso passa a causar desequilíbrios e sofrimento psíquico, podemos estar diante de um transtorno definido pela Organização Mundial da Saúde como: Transtorno de Videogame (TVG).
Como em qualquer transtorno mental, ele causa sofrimento e impacta no funcionamento da vida de crianças, adolescentes e adultos de uma forma importante. Um dos primeiros sinais de alerta para esse transtorno, principalmente com o público adolescente, é quando ele deixa de sair de casa para outras atividades e socializar para jogar.
O vício é uma perda de controle e os seguintes sinais devem ser observados: a) falta de controle sobre o jogo (exemplo: grande frequência e dificuldades para terminar de jogar): b) crescimento da prioridade dada ao jogo, que passa a ter maior importância sobre outros interesses da vida; c) continuar ou aumentar a frequência de jogar, independente das consequências negativas (exemplo: queda de rendimento escolar, problemas de saúde devido ao longo período sentado, etc,).
Um outro parâmetro importante e, que também pode ajudar aos pais e responsáveis é a média de tempo recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, para crianças e adolescentes ficarem na frente de telas: 0 a 2 anos (evitar a exposição sem necessidade); 2 a 5 anos (1 hora diária com supervisão); 6 a 10 anos (1 a 2 horas diárias com supervisão); 11 a 18 anos (2 a 3 horas diárias).
A realização desse diagnóstico deve ser feita por um profissional capacitado da área de saúde mental, e pede que esses comportamentos sejam observados em um período de pelo menos 12 meses. Entretanto, esse período pode ser diminuído quando todos critérios forem preenchidos e os prejuízos forem muito graves.
As consequência de um transtorno dessa natureza podem ser de várias ordens e, dentre elas, destacamos os transtornos de humor, de ansiedade, isolamento social e problemas de saúde decorrentes das alterações de sono e alimentação.
Durante o período da pandemia, não somente os adultos, mas principalmente as crianças e adolescentes tiveram um uso aumentado e, muitas vezes, descontrolado de telas, redes sociais e jogos. Dessa forma, todo cuidado é pouco. Fique sempre atento.