TERCEIRA IDADE: Voluntária apoia Rede do Câncer há mais de 40 anos

Convidada para fazer a barra em uma toalha, Dalva Prandini Romani nunca mais deixou de ajudar a entidade

 

Prestes a completar 80 anos, Dona Dalva Prandini Romani é a voluntária da Rede do Câncer que há mais tempo contribui de forma constante com a produção dos artigos que são vendidos pela entidade, como peças de decoração, rendas, bordados, panos de prato e tantos outros, e cujo dinheiro arrecadado é revertido de várias formas aos assistidos pela entidade.

Ela se lembra da época em que ainda não sabia costurar, aprendizado que recebeu da sogra, logo depois do casamento, quando tinha pouco mais de 16 anos. De lá para cá, foram muitas épocas em que a costura ajudou nas despesas da casa, mas, de qualquer forma, ela já havia adquirido o gosto pela atividade e por isso nunca mais deixou de costurar.

Hoje, Dona Dalva faz ‘apenas’ as bainhas dos panos de pratos que são vendidos, todos com trabalhos belíssimos que resultam do talento das demais voluntárias da rede, seja em bordado, crochê ou outra ilustração. “Eu morei 54 anos na avenida 9 de Julho, sempre costurando com minha sogra. Quando minha sogra morreu, fui convidada pela Doroti Nelli, que me deu uma toalha para fazer a barra. Depois fiz muitos guardanapos, agora passo os panos, corto e deixo certinho para fazer as bainhas, para depois elas fazerem o crochê”, contou.

Embora frequente semanalmente  a sede da Rede do Câncer nas terças-feiras, Dona Dalva leva trabalho para casa, quando não dá tempo de terminar no mesmo dia. A obrigação é cumprida com muito carinho e responsabilidade, já que a senhora revela o quanto o envolvimento com o trabalho solidário a faz se sentir bem, especialmente, desde que o marido faleceu, há cerca de dois anos e meio, depois de 60 anos de união. “Ele sempre falava para que eu não deixasse de ir, sempre me incentivava a continuar, e eu continuo. Se fico em casa, fico pensando, fico triste, então venho para cá e me sinto muito melhor”, garante.

Em casa, os momentos em que se sentem bem, segundo Dona Dalva, é quando está ‘lidando’ com os guardanapos que ela faz também para si mesma, como forma de ter sempre uma opção de presente em caso de uma visita das amigas, dos filhos e filhas ou em uma ocasião especial.

Além do bem que o voluntariado faz a ela mesma, a idosa tem plena consciência de que está ajudando outras pessoas. “Eu ajudo a fazer as peças para vender, mas também compro muita coisa que é feita aqui como forma de contribuir”, diz.