Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é hoje considerada uma das doenças mais incapacitantes do mundo. O transtorno depressivo maior, outro nome dado à depressão, atinge cerca de 322 milhões de pessoas. Somente no Brasil, cerca de 10% da população já recebeu o diagnóstico. Motivo de preocupação entre pais, profissionais de educação e saúde, tem sido diagnosticada cada vez mais em adolescentes. Mas, afinal, qual a diferença entre tristeza e depressão e como ela se manifesta na adolescência?
Primeiramente precisamos fazer uma distinção entre tristeza e depressão. A tristeza faz parte de nossas emoções, tendo uma duração de horas, dias ou meses (em casos de tristezas relacionadas ao luto). O fim de um relacionamento amoroso ou a morte de um ente querido pode desencadear profundos sentimentos de tristeza, isolamento e alterações nas rotinas de uma pessoa. Apesar do sofrimento, são reações normais e após um período, a maioria das pessoas consegue retomar a vida normalmente.
A depressão é uma doença que altera o humor da pessoa, que vai experimentar a tristeza, mas por um período de tempo muito maior e de forma constante. Uma pessoa deprimida pode experimentar alterações no apetite e peso, alterações no sono, falta de energia e prazer na vida, sentimentos de culpa, dificuldades de concentração e pensamentos recorrentes de morte ou então, suicídio.
A adolescência é considerada uma fase do desenvolvimento humano onde ocorrem muitas mudanças físicas, sociais e intelectuais. É um momento da vida que pode ser conflituoso e, muitos adolescentes, podem se deparar com a depressão.
Identificar que um adolescente está clinicamente depressivo nem sempre é uma tarefa fácil, tendo em vista que, muitas vezes, os sintomas são “mascarados” e confundidos com comportamentos normais da fase. Os sinais apresentados pelos adolescentes são parecidos com os sintomas acima citados e apresentados pelos adultos, no entanto, adolescentes podem apresentar também sinais do tipo: alterações do rendimento escolar, irritabilidade (mais hostil com os familiares), explosões de choro e raiva, isolamento social e abuso de álcool e drogas.
A depressão é uma condição grave e causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Ela pode impactar diretamente na qualidade de vida, nas relações interpessoais e rendimento acadêmico e, quanto antes identificada e tratada, menores serão os desfechos negativos, como o isolamento e o suicídio.
Lembre-se de que o adolescente deprimido precisa de ajuda especializada e pode, em primeiro momento, recusar a ajuda oferecida. Evite julgamentos morais e procure criar um ambiente de compreensão, tolerância, persistência na busca de ajuda e principalmente, acolhimento familiar.