Parece contraditório estimular uma pessoa com dores nas articulações a praticar exercícios físicos, mas a atividade é considerada benéfica e parte essencial do manejo dos sintomas da artrose. Também conhecida como osteoartrose, a doença degenerativa surge a partir do desgaste do tecido que reveste as extremidades dos ossos (cartilagens) e é mais comum nas mãos, joelhos, quadril e região lombar. Quem tem o diagnóstico da artrose deve trabalhar a musculatura para ganhar mais força e amortecer o movimento da articulação. Com isso, protege a “dobradiça” e evita que ela se desgaste ainda mais.
O esporte é o melhor remédio para qualquer problema de saúde, e isso inclui a artrose. O problema é que, muitas vezes, a dor causada pela inflamação — na fase aguda da doença — faz com que o paciente se afaste da atividade física com medo de machucar ainda mais a articulação. Mas isso é ruim pois a musculatura vai enfraquecer, pode haver ganho de peso e até uma piora do humor, agravando o problema.
A condição pode acometer qualquer articulação do corpo, e manifestar sintomas semelhantes. Nos joelhos, por exemplo, costuma provocar estalos ao se mexer, dores, inchaço, limitação de movimentos e a sensação de “pontadas” ou “queimação”. As causas do problema são variadas: excesso de peso, condições genéticas e até traumas físicos. O diagnóstico é feito de forma clínica por um especialista que avalia a possibilidade de inflamação na articulação. Exames de imagem como ressonância magnética e radiografia podem ser solicitados.
Os exercícios mais indicados são aqueles que não sobrecarregam os joelhos, ou a área acometida pela condição. Nessa lista entram os treinos de musculação, Pilates e o uso de elásticos para promover a resistência e o fortalecimento muscular. Para um idoso, isso pode assustar. A ideia é começar aos poucos e ir aumentando de forma progressiva. Para garantir que tudo isso seja feito de forma segura e diminuir os riscos, o recomendado é iniciar o fortalecimento com o acompanhamento de um fisioterapeuta.
Para aliviar a dor, podem ser indicadas compressas geladas, o uso de pomadas e sprays anti-inflamatórios, ultrassom, acupuntura e bandagens, além do uso de anti-inflamatórios via oral (apenas quando receitados por um médico). Uma vez que o paciente adquira consciência corporal, o treino pode seguir com um profissional de educação física. Mas é importante o acompanhamento anual para avaliar a evolução do quadro e, em alguns casos, também utilizar medicação oral para ajudar no controle da doença.
E se a dor não passar? Quando o quadro de artrose provoca muita dor, fica difícil mesmo praticar qualquer atividade física. Por isso, a recomendação é que o paciente saia da crise inflamatória antes de começar a se movimentar. Quando a dor é grande e não passa mesmo após lançar mão de medicamentos e de iniciar o processo de fortalecimento da musculatura, uma opção passa a ser uma cirurgia que vai “limpar” a articulação ou até trocá-la por uma versão sintética.