Devido à chegada da época mais fria do ano, a médica pediatra Lívia Hueb faz um alerta aos pais: as características da estação podem acarretar que doenças, aparentemente, simples se tornem mais graves.
O Comércio: No inverno, realmente aumentam os casos de doenças respiratórias em crianças?
Dr. Lívia Hueb: A transmissão de doenças respiratórias ocorre muito por conta do confinamento e permanência em espaços fechados e com pouca ventilação, o que facilita a circulação de microrganismos, principalmente, vírus respiratórios. Crianças em idade escolar ou que frequentam creches são as mais afetadas.
O Comércio: Quais as doenças respiratórias mais comuns até os 10 anos e como são causadas?
Dr. Lívia Hueb: As principais doenças que ocorrem em crianças são as que afetam as vias aéreas, como resfriado comum, gripes, otites, amigdalites, bronquiolites e pneumonias.
O Comércio: Qual o nível de risco dessas doenças se tornarem algo mais grave? Elas podem levar a outras doenças?
Dr. Lívia Hueb: Algumas dessas doenças, na minoria dos casos, podem complicar para doenças mais graves, como bronquiolite e pneumonias, com necessidade de internação hospitalar, em alguns casos.
O Comércio: Quais os principais sintomas?
Dr. Lívia Hueb: A melhor forma de combater tais doenças é através da precaução, visto que são, na maioria das vezes, causadas por vírus e não têm tratamento específico, apenas sintomático.
O Comércio: O que os pais devem fazer para evitar que as doenças ocorram?
Dr. Lívia Hueb: A lavagem nasal diária é uma ferramenta importante no combate, pois através dela as mucosas nasais são limpas e umidificadas. Uso de álcool gel, lavagem das mãos, não compartilhamento de copos e utensílios, isolamento quando sintomático, tudo isso também ajuda na prevenção.
O Comércio: O Comércio: Embora os problemas relacionados ao clima possam ser recorrentes, como os pediatras se prepararam para enfrentá-los e dar os pais e as crianças o melhor atendimento e as melhores orientações?
Dr. Lívia Hueb: A vida do pediatra no inverno costuma ser bem conturbada. Lidamos com a insegurança dos pais e também com a ansiedade pela falta de tratamento específico para as doenças virais. Acredito que ensinar aos pais sobre prevenção e também sobre sinais de risco de piora e de alerta seja a função mais importante para nós médicos.