Desconhecimento do tratamento de PRP persiste no Brasil

Costas

O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é uma concentração suprafisiológica de plaquetas, colhida do próprio paciente, que não tem efeitos colaterais, mas tem efeitos anabolizantes, anti-catabólicos e anti-inflamatórios, ou seja, ele ajuda os meios naturais do organismo a cicatrizar lesões. O método é relativamente moderno e já com extensa comprovação científica e uso crescentes nos países desenvolvidos, mas ainda há desconhecimento sobre o tratamento no Brasil.

1- O uso do PRP é proibido no Brasil? Não. O uso em países desenvolvidos, como EUA, Europa, Japão é cotidiano, assim como qualquer outra terapia. Lá os meios regulatórios têm as suas próprias regras e condições de uso, e geralmente, duas formas de preparação do PRP são utilizados, os Kits produzidos pela indústria, e o “in house”, produzido pelo médico ou biólogo. No Brasil, o uso é permitido pelo Conselho Federal de Medicina como experimental, mas devido a grande quantidades de trabalhos científicos de boa qualidade mostrando alto nível de evidencia, este conceito deverá ser revisto. Por enquanto, é permitido, uma vez que o serviço tenha Projeto de Pesquisa neste sentido autorizado pela Comissão de Ética em Pesquisa e/ou Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

2-O PRP regenera a cartilagem e os tendões? Nas tendinopatias que não melhoram com a fisioterapia, o PRP tem se mostrado um ótimo tratamento, e recentemente foi publicado trabalho provando que o PRP é capaz de cicatrizar lesões parciais até 1 cm no Tendão Supra espinhal do Ombro.

3- O PRP pode ser utilizado na associação com outros tratamentos? Sim, e geralmente é associado a outras drogas ou modalidades de tratamento. O paciente que recebe o PRP deve ser orientado sempre quanto a exercícios físicos, dietas, controle metabólico e hormonal. Além disso na maior parte dos casos o PRP é associado a drogas como ácido hialurônico, principalmente para artroses graves do joelho.

4-O PRP tem efeito colateral? Apesar de existir extensa literatura sobre a eficácia e segurança de seu uso em patologias musculoesqueléticas, não foi encontrado nenhum efeito colateral do PRP maior que a injeção de água. Porém, existe um relato de alergia ao anticoagulante usado para o preparo e vários profissionais evitam usar a técnica em pacientes com câncer ativo. Mas vale lembrar que todas estas técnicas são usadas com injeções guiadas por ultrassom e com técnica bem definidas, logo o médico que não tem treinamento em técnicas Intervencionistas Guiadas por Ultrassom, não está apto para realizar a técnica.

5-O PRP é um tratamento caro? A literatura americana mostra que apenas o Kit de PRP custa em médica de 700 dólares, além de todos os custos adicionais como: remédios, materiais descartáveis associados, custo dos profissionais; médico, biólogo, enfermagem e custos operacionais. Por outro lado, acreditamos que o SUS poderia viabilizar e oferecer este tipo de tratamento por preço muito pequeno.