Com segunda loja, Lençóis Paulista e região ganham mais um “pedaço” da doce história de trabalho e sucesso da empresa
Foi inaugurada em agosto a segunda loja da confeitaria Dona Madalena Bolos e Tortas, e durante a inauguração, a emoção tomou conta de todos, especialmente da própria Dona Madalena, que se lembrou do início da empresa. Agora, todas as delícias já consagradas da marca essencialmente lençoense estão também no centro de Lençóis Paulista.
O ano era 1991, quando a dona de casa, que trabalhava como doméstica durante o dia, recebeu uma encomenda de um vizinho, que levou seu bolo para o trabalho. O sabor diferenciado gerou mais e mais pedidos.
A renda das vendas ajudou o orçamento a família, já que o marido havia ficado sem emprego, segundo relembrou Dona Madalena, hoje com 75 anos. “Eu trabalhava durante o dia e à noite fazia os bolos. Massa e recheio, deixava pronto para entregar de manhã. O emprego de doméstica era perto de casa, então, às vezes, chegava alguém para retirar o bolo e eu corria em casa para entregar”, contou.
O sucesso dos bolos levou a produção de bala de coco, doces e salgados. Com o tempo, a casa ficou pequena para tantas delícias. “As encomendas foram crescendo tanto que não dava mais para fazer em casa. Agora, em dezembro serão 15 anos na loja, mas antes era tudo em casa. Chegamos a ter oito geladeiras e freezeres. Em todo canto tinha geladeira lá em casa”, mencionou.
Grande parte das delícias que estão disponíveis agora, também no centro de Lençóis, são criação da confeiteira, que comparou o início do trabalho com as facilidades atuais. “Na época, não tinha internet para pesquisar receitas. Eu criava e testava para ver se dava certo. As nozes, a gente quebrava na mão; o coco comprava inteiro, tirava a pele e ralava à mão. Depois que compramos a máquina para ralar. Só depois surgiu o coco ralado e congelado. Tinha que abrir as latinhas de leite condensado com abridor de mão, eram muitas latas”, comparou a boleira.
Com a nova unidade, relembrar o passado é motivo de grande emoção para ela. “Foi muito, muito, muito trabalho, e uma conquista muito grande. Eu sentia Deus presente, me ensinando os recheios. Foi sacrifício com prazer, porque nunca tive preguiça e tudo o que fiz foi sempre com muito amor. Ainda hoje, tudo o que faço é com muito amor e abençoando as pessoas. Começo a pensar e não acredito que passei por tudo aquilo. Vendo as duas lojas agora, tenho muita gratidão a Deus, porque ele esteve conosco a todo instante”, garantiu.
O trabalho, aliás, não parou para Dona Madalena, que todos os dias está na cozinha da confeitaria produzindo bolos e doces, conforme confirma sua filha Letícia Diegoli Lopes, gestora de produção da confeitaria. “Ela é a primeira que chega e a última que sai da cozinha”, disse.
Verdade reafirmada por Dona Madalena. “Chego em casa por volta das 20h. Então, lavo minha roupa, cuido da casa e nunca durmo antes das 23h. Quando fico em casa, como no domingo, sinto falta. Então, quando o movimento é grande, mesmo no domingo, vou na doceria para ajudar. Tenho muita gratidão a Deus por tudo que conquistamos”, concluiu.
Serviço: Rua Geraldo Pereira de Barros, n° 550 – Centro