Dores nas costas: quando procurar um médico?

Costas




Com trabalho remoto e diminuição das atividades físicas, número de pacientes aumentou nos consultórios

Da Redação

A pandemia do novo coronavírus trouxe muitas implicações além das estritamente ligadas aos casos de Covid-19. Um dos exemplos é o aumento considerável do número de pacientes com dores nas costas, que tem sido observado desde março do ano passado, quando boa parte das empresas passou a adotar o sistema de trabalho remoto como forma de prevenção ao contágio.

“Com a pandemia, a ergonomia de trabalho foi modificada. Diversas pessoas, principalmente as que atuam em escritórios, precisaram deixar locais com estruturas preparadas para suas funções e se readequar em casa, muitas vezes, em ambientes inapropriados, improvisando local de assento, posição de computador e outras coisas que forçam uma postura incorreta”, explica o ortopedista Bruno de Faria Batista.



Segundo o médico, que atua na área desde 2003 e atende na CLAM (Clínica Lençoense de Assistência Médica), outro fator que contribuiu para o problema foi a diminuição da frequência de atividades físicas por conta das restrições impostas pela pandemia. “Com a rotina modificada, muitas pessoas tiveram sobrepeso e perda de massa muscular. Isso também trouxe consequências à parte ortopédica”, destaca.

O impacto foi ainda maior para os pacientes que faziam exercícios regulares por orientação médica, mas tiveram que interromper para evitar exposição ao vírus. “Pacientes com um pouco mais de idade, não necessariamente idosos, que tinham dor crônica e pararam de fazer suas atividades físicas, tiveram aumento tanto na frequência quanto na intensidade de dor”, afirma o médico.

Questionado sobre qual é o momento de procurar um especialista, o ortopedista diz que tudo depende da percepção de cada um. “Cada paciente tem que avaliar o grau da dor e o comprometimento que ela traz ao seu dia a dia, ao seu bem-estar. Se for um problema que está causando incômodo e limitação, um profissional deve ser consultado”, orienta Dr. Bruno, que faz um alerta sobre a automedicação.

“A automedicação é traiçoeira. Muitos pacientes tomam remédios por conta própria achando que estão resolvendo um problema, mas podem estar agravando. Se for uma dor tolerável e a pessoa já tiver uma experiência prévia com algum medicamento, é aceitável até o momento em que ela estiver tendo uma resposta. Depois disso, só um médico pode fazer uma reavaliação”, finaliza.