Fisioterapia pélvica é quebra de tabu

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Cuidado íntimo deve ser visto com a mesma naturalidade que prevenção e tratamento de outras áreas do corpo

 

A complexidade do corpo humano, especialmente das mulheres, impede que todas se cuidem por completo, inclusive, por desconhecimento. A região pélvica é umas dessas áreas sobre a qual ainda existem tabus, e por isso mesmo, é importante falar a respeito, sobre prevenção e tratamento, segundo a fisioterapeuta Naiara Fernanda, que possui especialização em fisioterapia pélvica, uroginecologia e obstetrícia.

Naiara explica que sua especialização cuida da musculatura de assoalho pélvico, que sustenta todos os órgãos que estão abaixo do abdômen (útero, bexiga, intestino, canal vaginal). Quando essa musculatura fica fraca, a mulher começa a ter sintomas, como perda de xixi, que podem se agravar com o tempo. “Trabalhamos a força e resistência perineal para promover a reabilitação dessa musculatura, que é o assoalho pélvico”, disse.

Como em outros músculos do corpo, são diversas possibilidades que podem gerar desconforto e dor, se a musculatura estiver enfraquecida ou muito tensionada. Neste último caso, de acordo com a fisioterapeuta, o sintoma mais comum são as dores durante a relação sexual. “Neste caso, é feita a avaliação e se tiver um ponto de tensão, é feita a liberação do músculo”, explicou.

A fisioterapeuta explicou que por que a pelve é o centro do nosso corpo, sintomas podem enganar o paciente. “Uma dor lombar pode ter relação com um músculo tensionado dessa área. Às vezes, a musculatura pélvica é tão tensa, que a mulher não consegue fazer o exame preventivo do câncer de colo de útero, porque sente muita dor. Para mulheres que fazem exercícios de alto impacto, que geram pressão maior na musculatura geral, pode haver o enfraquecimento nessa musculatura, o que leva a perda de xixi durante os exercícios”, destacou.

 

GESTANTES

Com as gestantes, o trabalho começa logo após a mulher identificar a gravidez. “Desde que a mulher está liberada para exercícios físicos já é possível fazer a fisiopélvica. Nela, é feito alongamento, mobilidade pélvica, treino da musculatura do assoalho pélvico e fortalecimento. A musculatura começa a ter a sobrecarga do bebe e vai ficando cada vez mais fragilizada. A mulher começa a perder xixi, acha que é normal, mas não é, porque é sinal de que o músculo não está aguentando o peso”, ressaltou.

Naiara também faz treino expulsivo para as grávidas que querem fazer parto normal. “Um equipamento apropriado, que simula a cabeça do bebê, vai inflando cada vez mais a musculatura para ela estar preparada no momento do parto”, comentou.

 

USO DO TAPING

O uso do taping passou a ser mais difundido a partir do ano passado por seu benefícios. Naiara explica que se trata de uma faixa, semelhante a bandagens usadas para alívio de dor muscular, mas que é aplicado com técnica específica na barriga da mulher.

A fisioterapeuta especialista defende que o taping deva ser aplicado, no máximo, até 48 após o parto para garantir todos os seus benefícios, inclusive na fase inflamatória do tecido abdominal. A permanência varia entre sete e dez dias. “Ele traz segurança para a mulher com a sensação de que algo a está segurando, ajuda a desinchar mais rapidamente a região, ajuda na recuperação da diastase abdominal (separação dos músculos), e age efetivamente na redução da dor da cirurgia pelo efeito anti-inflamatório”, destacou.

Naiara defende o uso do taping as tradicionais cintas pós-parto. “Hoje existem muitos estudos científicos que provam que a cinta traz mais malefícios que benefícios pela pressão que causa na musculatura”, defende.

 

LUBRIFICAÇÃO

A fisioterapeuta explica ainda que quando músculos de pernas, braços e outras partes do corpo são trabalhados, há um maior aporte sanguíneo, favorecendo os músculos. Da mesma forma, quando o canal vaginal não tem o músculo estimulado, o aporte de sangue é menor, o que leva à redução da lubrificação vaginal. “Quando o músculo é treinado, há ganho de força e relaxamento, o sangue volta a circular na região, o que contribui com a lubrificação. O que a mulher pode fazer é aprender o que é o movimento pélvico na fisioterapia e usar este conhecimento quando estiver na academia”, orientou.

 

Serviço: Rua Piedade, 183 – Sala 28. Centro

Telefone: 14 99694-8081