Terapia de reposição hormonal na menopausa

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Os sintomas do climatério e da menopausa não devem ser menosprezados, pois mexem com a qualidade de vida da mulher, alerta a médica ginecologista Vivian Noronha Gonzaga neste artigo

 

A menopausa é definida pela Organização Mundial de Saúde como a cessação permanente da menstruação, consequente à perda de função ovariana ou retirada cirúrgica dos ovários. A idade média para ocorrência da menopausa natural gira em torno dos 50 anos

As mudanças hormonais que acompanham a menopausa geram um grande impacto na vida das mulheres. A deficiência estrogênica, principalmente, leva a sintomas vasomotores, atrofia urogenital, declínio cognitivo, aumento no risco de doenças crônico-degenerativas, aterosclerose, doenças cardiovasculares, osteoporose e doença de Alzheimer.

Os sintomas do climatério e da menopausa não devem ser menosprezados, pois mexem com a qualidade de vida da mulher. Esses sintomas podem surgir com a queda de produção do estrogênio pelos ovários, que ocorre, geralmente, após os 40 anos e se estendem até o período da pós-menopausa.

Nas mulheres brasileiras, a menopausa acontece em média com 48 anos, segundo levantamento da Faculdade de Medicina de São Paulo. Nas últimas décadas o manejo da paciente na menopausa representa tema de grande interesse na área clínica e na saúde pública, em grande parte devido a melhora da expectativa de vida da população feminina.

Ainda existe muito preconceito sobre a terapia de reposição hormonal, especialmente, sobre o risco de câncer de mama. A reposição hormonal não aumenta significativamente o câncer de mama, só deve ser evitada no caso de lesão suspeita ou história pessoal positiva.

A terapia de reposição hormonal consiste na reposição de hormônios que são produzidos pelo organismo, mas que, nesse caso, se encontra com sua produção reduzida ou interrompida. A reposição desses hormônios visa reestabelecer os níveis hormonais do organismo, amenizando ou eliminando os sintomas decorrentes dessa redução.

Os hormônios mais comuns que são repostos são o estrogênio, a progesterona e a testosterona. A escolha da via de administração, da dosagem e da combinação variam de acordo com a indicação de tratamento e as características da paciente.

É indispensável que a terapia hormonal no climatério e pós-menopausa seja individualizada, sob medida para cada paciente. A avaliação é realizada pelo ginecologista, que deverá fazer uma investigação detalhada com anamnese, exame físico e exames de laboratório e imagem. Deve se começar com o início de sintomas, sempre com atenção na “janela de oportunidade “, que é o período de até 10 anos após a menopausa para a redução dos riscos de problemas cardiovasculares.

A paciente deve ser acompanhada pelo menos uma vez ao ano, para acompanhamento periódico e atualização de riscos e benefícios. Quando os riscos superarem os benefícios é hora de parar.

O ideal para as mulheres no período de climatério e pós-menopausa é o apoio de diversos profissionais na mudança de hábitos de vida visando ajustes na alimentação e controle do peso, atividade física regular (especialmente o treinamento de força, como a musculação), higiene do sono e vida social (cultivo de lazer e hobbies).

Embora os sintomas de queda hormonal sejam comuns nesta fase, não há regras. Algumas mulheres vão sentir mais, e outras menos. Quando as mulheres não podem ou não querem recorrer a reposição hormonal, existe a opção de fitoterápicos, meditação, acupuntura e laser vaginal.