A vida depois da perda

Dr Fábio 01

Quando perdemos alguém que amamos, iniciamos um longa e dolorosa jornada, atravessando um dos períodos mais dolorosos de nossa vida. Nessa jornada, vamos atravessar o deserto da “perda”, e assim como qualquer deserto, ele pode ser assustador e causar muita dor. Contudo, se tivermos coragem e apoio para seguir com nossa vida, aos poucos, o luto começará a perder seu poder de controle.

Os psicólogos trabalham com um modelo mental que explica os cinco estágios que todos passamos diante de uma grande perda, são eles: a negação, a raiva, a negociação, a fase depressiva e a aceitação.

Perder alguém que amamos pode ser dramático e representar um grande estresse para nossa mente. Pensar que nunca mais vamos conversar ou nos relacionar com quem amamos pode ser devastador e, dessa forma, negamos que algo dessa natureza tenha acontecido. Não podemos nos esquecer de que nada acontece por acaso, sendo essa fase necessária para nos proteger e nos ajudar a entender esse novo momento da vida. O segundo estágio do luto é a RAIVA. Essa é uma emoção importante e pode aparecer de diversas formas, como: raiva de quem faleceu por não ter se cuidado o suficiente, raiva de você mesmo por não ter estado mais presente, ou então, raiva dos médicos. Podemos sentir raiva por não ter conseguido impedir um evento que, na maioria das vezes, não estava ao seu controle. A raiva é uma emoção e, diante da morte pode surgir de forma violenta. Aprender a lidar com essa emoção é muito importante, expressar completamente sua raiva, ou então, suprimi-la pode ser muito perigoso. A energia da raiva pode ser destrutiva para sua saúde mental, mas tambem, pode ajuda-lo a se reerguer e começar o processo de reconstrução de sua vida.

O terceiro estágio do luto é a NEGOCIAÇÃO, esse é o estágio em que se negocia consigo próprio ou com uma entidade superior, numa tentativa desesperada pelo alívio da dor.  Pensamentos do tipo: “se eu tivesse feito isso”, ou então “se fizer isso agora” podem diminuir minha tristeza.

A quarta fase do luto é uma das mais difíceis, é a fase em que muitos não conseguem encontrar sentido para sentir em frente. Muitos podem se sentir perdidos ou desmotivados para prosseguir com suas vidas. Sentimentos de desesperança, desorientação, tristeza profunda, dor espiritual e falta de sentido podem ser fazer presentes.

A quinta e última fase é a da aceitação, ela não significa que você aceitou e superou o ocorrido, mesmo porque, algumas perdas podem ser dramáticas, como a de um filho ou cônjugue, mas nessa fase, aprendemos a conviver de forma pacífica e serena com a dor.

Não podemos nos esquecer de que cada pessoa pode vivenciar essas fases de formas diferentes. Acreditar que aos poucos seremos capazes de sentir crescer novamente nossa força interior e nos alegrar com a vida que compartilhamos com quem se foi.

“Que eu saiba honrar os processos de luto e de cura e confiar neles, tendo a esperança de que, com o tempo, um novo dia chegará.” – M.W. Hickman.