Janeiro branco: 6 mitos sobre o suicídio

Dr Fábio 03

O janeiro Branco é uma campanha que visa alertar para a saúde mental e emocional da população brasileira. O sofrimento, associado ou não, a um transtorno mental, pode ser prevenido ou atenuado quando as pessoas primeiramente reconhecem a sua presença. Ainda existe muito preconceito e desinformação quando o tema é “saúde mental”, fato esse que prejudica e atrasa a busca por tratamentos adequados.

Segundos dados recentes, cerca de 750.000 pessoas se suicidam todos os anos, o que gera uma taxa de 9 pessoas por 100.000 habitantes, sem contar os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que para cada morte por suicídio, cerca de 20 pessoas já tentaram cometer suicídio. Diante de dados tão perturbadores, a informação correta a pacientes e familiares pode ser crucial para que o desfecho de uma doença mental não seja trágico. A seguir, 6 mitos comuns sobre o suicídio: 1. A cada morte por suicídio, 6 pessoas são afetadas. (Estima-se que o número seja muito maior); 2. Quem quer mesmo se matar não avisa. (É sempre muito importante levar em consideração as comunicações das pessoas em sofrimento psicológico e encaminhar para profissionais); 3. Quem se autolesiona quer chamar a atenção (Por mais que o comportamento possa ter uma função comunicativa, esse mito subestima o sofrimento de quem se autolesiona); 4. Falar sobre o suicídio pode dar a ideia (Pesquisas indicam que falar a respeito do tema sem julgamentos pode, na verdade, ajudar a pessoa em sofrimento); 5. 90 % dos suicídios poderiam ter sido prevenidos (Esse dado é uma estrapolação de pesquisas e pode produzir culpa e sofrimento em famílias enlutadas por suicídio) 6. O suicídio não pode ser prevenido (Há diversas pesquisas nos mais diferentes níveis de intervenção buscando formas de preveni-lo).

Nunca devemos nos esquecer de que as pessoas com ideação suicida dão sinais que são pedidos de ajuda, através de frases e ações. Alguns comentários que demonstram desespero, desamparo e desesperança, como ‘eu desejaria não ter nascido’, ‘eu preferia estar morto’, ‘caso não nos encontremos de novo’, além de comportamentos como o isolamento social, alterações de humor, impulsividade, baixa autoestima e a organização de despedidas podem ser sinais de alerta.

Se você conhece alguém em risco de suicídio, evite ao máximo emitir julgamentos e demostre preocupação pelo bem-estar da pessoa, mesmo que seja desafiador entende-la. Incentive a busca por profissionais (psiquiatras e psicólogos) que tenham experiência na área.

“Se você pudesse ler a história secreta de cada pessoa, veria uma tragédia e uma grande luta.” – Autor desconhecido.