Nestes tempos de pandemia, muitas pessoas foram obrigadas a olhar para as diversas faces da solidão. Ela pode se apresentar de forma silenciosa na dor causada pela perda de um ente querido, ou então, no isolamento de avós, distantes de filhos e netos por um longo período. Há também a solidão da indiferença dentro de um relacionamento – solidão a dois – aquela que é companheira no convívio diário de muitos casais. De repente, o isolamento social fez com que a queixa da solidão se tornasse frequente e motivo de preocupação entre profissionais de saúde mental.
A solidão é um sentimento que não depende da quantidade de amigos que você possa ter, mas sim, das trocas emocionais que fazemos com as pessoas que nos cercam. Ou seja, quem sofre de solidão sente que tem dificuldades de criar vínculos e sentir-se conectado com outras pessoas.
Esse sentimento, quando ocorre com muita frequência, pode ser um dos mais dolorosos que o ser humano pode experimentar. É frequente ouvirmos de pessoas que sofrem de solidão o relato de, mesmo cercada por uma multidão, sentirem-se sozinhas.
Estudos realizados nos Estados Unidos antes da Pandemia do Covid-19 revelaram que a solidão excessiva pode fazer tão mal quanto fumar 15 cigarros por dia, ser sedentário ou ter obesidade mórbida.
Quando criamos conexões reais e autênticas com outras pessoas o sentimento de solidão pode sempre ser aplacado.
Entretanto, estar a sós consigo mesmo e desfrutar da vida sozinho não é necessariamente um problema. Você pode sair para jantar ou viajar sem sentir-se solitário. O nome dado a essa condição é SOLITUDE. Dessa forma, enquanto a solidão intensa pode gerar dor, angústia e sofrimento emocional a solitude pode ser seu oposto, e ser geradora de serenidade e autoconhecimento. Ela é a capacidade de ficarmos sozinhos com nós mesmos, com o que nos dá prazer e principalmente com o que nos incomoda, sem necessariamente, gerar dor.
Enfim, faço minhas as palavras do filósofo Leandro Karnal: “Quando olhar alguém em uma mesa de restaurante sozinho e feliz, passeando em um parque sem ninguém, e pleno. Quando ligar para alguém em um sábado à noite e a pessoa dizer que estava pensando e lendo tranquilo. Não se esqueça de dar os parabéns – Aquela pessoa já descobriu a faceta libertadora da solidão tornada AMIGA.”