Comida e culpa: desvendando a compulsão alimentar

Lições, Compulsão alimentar




Todas as pessoas têm histórias de descontroles relacionados ao peso e à alimentação. Normalmente, com mudanças em seus hábitos alimentares e de vida, esses problemas são resolvidos e não geram maiores sofrimentos.

No entanto, para um grande número de pessoas, a busca pelo emagrecimento nem sempre segue um caminho seguro, sendo, na maioria das vezes, causa de muito sofrimento, comprometendo de forma importante a qualidade de vida.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 10 milhões de pessoas sofrem de transtornos alimentares no Brasil, sendo o transtorno de compulsão alimentar o mais comum, afetando entre 1,5% e 4,5 % da população.



Um sinal importante de que você pode estar desenvolvendo um transtorno alimentar é a incapacidade de evitar comer ou de parar de comer depois de começar. Pessoas que desenvolvem uma compulsão alimentar ingerem uma grande quantidade de alimentos, de forma muito rápida, até se sentirem desconfortavelmente cheias.

Além disso, durante esses episódios, não há sensação física de fome e, normalmente, a pessoa está sozinha por sentir vergonha do quanto está comendo.

Um episódio de compulsão alimentar é seguido de muita culpa e tristeza pelo fato de ter comido excessivamente e de forma descontrolada.

As causas desse transtorno, geralmente, são atribuídas a um conjunto de fatores emocionais e comportamentais, tais como: 1 – Comer por conforto emocional para lidar com conflitos e sintomas depressivos e ansiosos; 2 – Dietas rígidas; 3 -Estresse; 4 – Baixa autoestima; etc.
Como acontece com quase todas as doenças mentais, quanto antes detectamos e tratamos um transtorno alimentar, maiores serão as chances de uma rápida recuperação.

Conviver com um transtorno alimentar é sempre motivo de muito sofrimento, tristeza e, muitas vezes, vergonha. Esse fato impede que muitos procurem ajuda já no início do distúrbio, que, normalmente, ocorre no início da adolescência.

O tratamento é sempre multidisciplinar e envolve psicólogo, psiquiatra e nutricionista. Um transtorno alimentar não tratado adequadamente pode persistir por muitos anos e ter uma evolução muito preocupante, não somente comprometendo a saúde física, mas, também, a emocional. Os Transtornos alimentares têm sido relacionados à transtornos de ansiedade e de humor, principalmente a depressão.

Portanto, cuide para que em sua vida o comer seja sempre um momento de nutrição e prazer e nunca de dor e sofrimento.

Cuide-se.

Dr. Fábio Luiz Vicente
Psicólogo Clínico e Neuropsicólogo

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