Porque hoje se ouve falar tanto em TDAH?

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A psicóloga clínica, Gabriela Andrade, especializada em Terapia Cognitivo Comportamental e Psicologia Jurídica aborda o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

O que é o TDAH?

Existem no cérebro das pessoas que sofrem desse transtorno, mudanças que refletem redução da espessura da massa cinzenta, onde se localizam os corpos celulares dos neurônios, e alterações na substância branca. Por exemplo, podem ser notadas alterações na região frontal, que é responsável pela atenção, organização, memória e autocontrole. Fatores ambientais também podem causar o TDAH, como o abuso infantil, negligência familiar, exposição a neurotoxinas como o chumbo, infecções e exposição ao álcool durante a gravidez.

Quais as principais características?

Desatenção, impulsividade, inquietude motora ou também conhecida como hiperatividade, dificuldade em prestar atenção a detalhes, não seguir instruções e problemas para terminar tarefas do dia a dia, dificuldade para se organizar, distração,  dificuldade em ficar sentado em lugares como salas de aula ou recepção, e para brincar calmamente. A pessoa também fala muito, tem dificuldades em esperar a sua vez e interrompe os outros. As vezes, responde com agressividade diante de frustrações, entre outras. Os sintomas aparecem com mais clareza na fase escolar, porque a criança passa a frequentar um novo ambiente de interação e raciocínio.

O transtorno atinge apenas crianças?

Não. Ele começa na infância, mas quando não diagnosticado adequadamente nessa fase,  permanece na fase adulta. Sabe-se hoje que as chances de ter o TDAH é bem maior em filhos e familiares de pessoas com esse transtorno. A hereditariedade média do TDAH é estimada em 76%. Estudos descobriram que 60% das crianças com o TDAH tinham um dos pais com o transtorno. Por isso, a probabilidade de uma criança ter transtorno aumenta em até oito vezes se os pais também tiverem. Além disso, o risco de apresentar o transtorno é cinco vezes maior entre familiares de pessoas com TDAH.

Qual tratamento mais indicado?

O diagnóstico é dado por especialista, psicólogos ou psiquiatras. O tratamento é feito por meio de terapia, incluindo medicamento e psicoterapia na abordagem cognitivo comportamental. O medicamento mais comum utilizado é a Ritalina; que age estimulando o sistema nervoso central, melhorando as atividades do cérebro que não são muito ativas, aumentando a atenção e concentração, e diminuindo a impulsividade.

Existe cura para o transtorno?

O TDAH não tem cura, mas pode ter os seus sintomas reduzidos naturalmente no período da adolescência e idade adulta. A terapia na abordagem cognitivo comportamental auxilia muito no tratamento.

Porque hoje se ouve falar tanto em TDAH?

Devido à abrangência das informações sobre o que é o Transtorno, nota-se um aumento nos casos. Hoje as informações são claras e permitem que o paciente ou familiar busque ajuda e diagnóstico com maior agilidade. Pode parecer embaraçoso assumir o TDAH. Mas, mais constrangedor é o preconceito e a desinformação alheia. Não deixe que a opinião de outras pessoas prejudique o seu desafio em superar os seus sintomas. Busque a ajuda de um profissional!