Transtorno explosivo intermitente: quando a raiva se torna um problema

Dr Fábio 03

Você conhece pessoas que são muito explosivas? Pessoas que tem grande dificuldade em controlar suas emoções e frequentemente tem explosões de raiva, muitas vezes com agressões verbais e físicas, quebram objetos e depois se arrependem. Você sabia que isso pode ser uma doença?

Sentir raiva não é necessariamente um problema, é uma emoção humana inevitável que pode ser definida como um estado emocional normal, ela é uma emoção assim como: a tristeza, medo, nojo e alegria. No entanto, algumas pessoas tem grande dificuldade em expressar a raiva de forma saudável, por esse motivo, ela acaba sendo uma emoção muito intensa e quase sempre expressa de forma prejudicial.

O transtorno explosivo intermitente (TEI), que também é conhecido como a “Síndrome do Hulk”, em função do personagem de quadrinhos da Marvel que tem um temperamento raivoso e explosivo, pode trazer grande sofrimento e prejuízo.

As pessoas com transtorno explosivo apresentam uma dificuldade de controle da impulsividade, e normalmente são os chamados “pavio curto”. Em situações em que a maioria das pessoas conseguem se controlar, apesar de sentir raiva, as pessoas com transtornos podem apresentar verdadeiras explosões de raiva, quebrar e arremessar objetos, agredir verbalmente e fisicamente pessoas e animais, e logo em seguida, se sentir culpada por não ter conseguido se controlar.

Ainda não existe uma compreensão profunda das origens do transtorno, no entanto, estudos indicam para fatores genéticos, psicossociais e ambientais. Normalmente o início do comportamento explosivo recorrente ocorre no final da infância ou inicio da adolescência e raramente após os 40 anos de idade.

O transtorno nem sempre é identificado e tratado ao longo da vida e pode comprometer de forma importante a saúde geral, causando hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, AVC, ulceras e dores crônicas. Além disso, afeta profundamente a vida social (perda de amigos e parentes), profissional e conjugal.

A maioria dos transtornos mentais tem tratamento, embora muitos não saibam que essa pode ser a causa principal de seu sofrimento. Se você conhece alguém com esse perfil, aconselhe a buscar ajuda profissional (psicólogo ou psiquiatra) para uma avaliação e tratamento adequado.

Cuide-se!